sexta-feira, 3 de setembro de 2010

RECORDAÇÕES



Uma lembrança, uma dedicatória, uma homenagem ou simplesmente uma saudade dos tempos do Inço.

Àqueles que acompanharam a história deste grupo;

Àqueles (em especial) que já participaram dele e que agora preferem ou necessitam ficar na platéia assistindo o sonho ter continuidade com a mesma essência e proposta inicial;

Àqueles que desde 1983 fizeram algo pelo Inço para que desse certo.

À vocês, digo que nosso querido Inço renasce mais uma vez. E não há quem o possa deter, pois mais forte do que nunca, ele infesta todo o município de Canoas e aos poucos seus vizinhos.

Sem dúvida ele é um exemplo de obstinação e, mais que isto, de qualidade.

O teatro resiste independente do rádio, da TV ou do cinema, porque é absolutamente ao vivo, com os cinco sentidos postos à prova.


3 comentários:

  1. Legal. O GEEC carapaticum sabe bem o que é isso. Em 2011 comemora 5 anos, sempre na luta por esta arte que tanto nos realiza que é o teatro. E acreditamos fazer a diferença...sentimos saudades dos que por um motivo ou outro fazem parte de outros sonhos (Angelita,Eduardo, Galvão, Diego, Lu)mas a vida continua... que bom. Hoje tem muita gente boa no CARAPATICUM, construímos no grupo o sentido da AMIZADE.

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  2. É muito bom saber que outros grupos de teatro de Canoas acompanham nosso blog e que além disso temos sentimentos em comum.

    Obrigado Carapaticum.

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  3. FANTASMAS URBANOS

    Na vida diária do povo comum
    não fico surpreso com ato nenhum.

    Na praça acontece prostíbulo de gente,
    de gente que mente,
    de gente que sente.

    Loucuras a mil entre homens e mulheres,
    mulheres à toa
    mulheres perdidas,
    mulheres sofridas.

    Que lutam na noite,
    na noite não dormem,
    na noite elas comem,
    na noite elas somem.

    E quando aparecem, talvez mais cansadas,
    talvez arrasadas,
    talvez desgraçadas.

    Se perdem no mundo,
    no mundo de nós,
    o nosso mundo.

    E quando encontradas, já são cobiçadas,
    já são arrastadas,
    pro meio da noite.

    Na praça, na rua,
    não importa a altura.

    Convivem com loucos,
    com loucos modestos,
    com loucos honestos,
    com loucos corretos.

    Pessoas que passam marcando presença
    na praça da vida,
    encontram feridas,
    são elas comuns,
    a todos que estão, presentes na praça


    No edifício ao lado.
    Figurões sociais, consomem o normal
    o normal do homem,
    o normal do animal.

    São gente pacata,
    que comem com as mãos,
    com as mãos calejadas,
    com as mãos mal tratadas,
    com as mãos mal lavadas.

    Sujeira total.

    Os homens de preto,
    que tem o seu teto,
    consomem com tudo que há por ali.
    Gozando da vida,
    da vida sofrida,
    da vida querida,
    da vida ferida.

    De gente que sente
    e chora comigo,
    ao ver essa gente.

    Eduardo Cruz

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